Ser Poeta [Silencioso] é escutar o mundo, a Natureza na sua essência dos Cosmos. È assim, com os meus ouvidos tapados e inalcançavéis no mar dos sons que escuto através das minhas visões, no orgão primordial dos meus olhares.
Com eles posso estar delirante, de tanta emoção pela alegria do espírito que dá o coração da vida. Pela triste melancolia e insignificante companheira das noites madrugadoras e das solidões amargas.
Ouvir as correntes de ar, agitadas e turbulentas dentro de mim, do casulo onde aí permaneço. Despertam-me, acordam-me para a vida. È encontrar-me dentro dos escombros, das ruínas onde ilumina a luz nas trevas da escuridão.
È reviver novamente, perante as incertezas. È ser Poeta [Silencioso], escutando-me somente quando estou desorientada.
Ser Poeta [Silencioso], é escutar a minha VOZ!
A VOZ que o mundo molda na minha dimensão primitiva.
Ser Poeta [Silencioso] é amar o coração da vida.
È abraçá-la até ao último suspiro entre a vida e morte.
Aquela voz, com o mesmo olhar perdido devolvo-lhe a dignidade que ela merece. O lapidar das palavras desabrochadas habitadas dentro da minha alma, por vezes dissimuladas e verdadeiras.
Os meus olhos vêem coisas, situações, imagens até palavras capazes de trazer uma riqueza, uma sabedoria imensa.
Assim, é Ser Poeta [Silencioso] e Artista.